
Um belo dia, a raposa encontrou a cegonha e convidou-a para jantar. Como fosse pobre e estivesse sem tempo, fez apenas uma sopinha rala e a serviu em um único prato, sobre uma mesa.
Acontece que a cegonha tinha um bico muito duro e comprido e, cada vez que tentava tomar a sopa, o bico batia no fundo do prato e ela nada conseguia beber. A raposa, esperta, aproveitou-se disso e lambeu a sopa toda.
Alguns dias depois, a cegonha quis se vingar daquele jantar em que voltara para casa com fome. Assim, convidou a raposa para um banquete em sua casa. A raposa, que era bem gulosa, aceitou muito contente.
Na hora do jantar, o cheirinho delicioso de carne perfumava o ar. A raposa sentou-se depressa à mesa, esperando a comida chegar. Neste momento, a cegonha entrou na sala, e colocou sobre a mesa um vaso de gargalo estreito e muito comprido. Lá dentro, estava a carne macia e cheirosa que seria o jantar dos dois bichinhos.
Vocês já perceberam o que aconteceu? Pensem um pouco, e só então continuem a ler.
Advinharam? A cegonha, com seu bico fino e comprido, conseguiu comer toda a carne, enquanto que a raposa tentava enfiar lá dentro o focinho, sem sucesso.
Pobre raposa! Quis dar uma de esperta, e só o que conseguiu foi levar para casa sua barriga, roncando de tão vazia.
E La Fontaine diz, ao final desta fábula: "Embusteiros, é para vocês que eu escrevo; esperem sempre pelo troco. Quem planta, colhe."
Mingau Digital conta aqui uma fábula de La Fontaine (pronuncia-se "La Fonténn"), um francês que nasceu em 1621.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigado por seu comentário! Volte sempre!